O curso de Bacharelado Teoria, Crítica e História da Arte foi criado a fim de suprir a carência de profissionais especializados na área no Brasil, principalmente no Distrito Federal e na região Centro-Oeste. Sua estrutura está conforme os fundamentos do ICA-UnB (Instituto Central de Artes, 1962-64): criar um curso brasileiro de nível internacional.

 

art 151360

Para isso, o curso oferta disciplinas que abrangem conhecimentos mundiais da antiguidade até a contemporaneidade, de concepções internacionais até questões artísticas nacionais e latinas, como movimentos de arte brasileiros, decolonialidade e afro-brasileirismo. Oferta também disciplinas práticas, com vivências de ateliê, escrita e curadoria, que para além de dar conhecimento instrumental das linguagens artísticas, visam permitir ao aluno experimentar-se nas futuras atividades profissionais durante a graduação.

 


E com intuito de ser um curso interdisciplinar, a maioria das disciplinas procuram conversar com outras áreas do saber e da arte, como filosofia, antropologia, sociologia, literatura, psicanálise, cinema, fotografia, tecnologia, entre outras. É oferecido ao aluno conhecimentos que são essenciais para conhecer esta atividade singular que as sociedades denominam arte, de uma perspectiva multicultural e descompartimentada, tendo em vista o objetivo primordial de fomentar não apenas a pesquisa em nível acadêmico, como também a atuação sociocultural, política e crítica nos meios de divulgação, fomento e incentivo da cultura.

 

Com média de duração de 5 anos, TCHA (apelido carinhoso dado ao curso) atua no período noturno, no campus Darcy Ribeiro. Teve início em 20 de março de 2012, integrando o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI e toma parte no Plano de Expansão da UnB. 

 

 

Por que “Teoria, Crítica e História da Arte”? 

 

Porquê apesar de à primeira vista parecem áreas muito distintas, elas estão profundamente interligadas. Em função disso, TCHA busca atender à necessidade da compreensão do imbricamento entre as três áreas por meio de três Eixos: Teoria e Historiografia da Arte, a História da Arte stricto sensu (especificamente) e da Crítica a Arte.

 

Em grosso resumo, a Teoria da Arte busca apreender o fenômeno artístico e produzir conhecimento sobre, englobando fatores artísticos e extra-artísticos relacionados ao seu objeto de investigação. Evidentemente, o estudo de tal complexidade sobre um objeto de investigação que participa da cultura – sendo um de seus elementos constituintes, além de expressá-la – não poderia se realizar in abstracto (sem fundamento), sendo seu desenvolvimento inextricavelmente vinculado à História da Arte e à Crítica de Arte. A Historiografia da Arte, possui dois sentidos complementares: a própria produção da História da Arte e a História do desenvolvimento diacrônico da História da Arte. A História da Arte "stricto sensu" busca pensar o objeto artístico em seu desdobramento histórico imanente e as relações que se estabelecem com os planos sociais e econômicos, sejam elas nas categorias formais, sociopolíticas ou técnicas.

 

Na Crítica de Arte permeia a reflexão tanto sobre a Teoria da Arte como a História da Arte, e opera segundo metodologias variadas, mas sempre centradas na elucidação das relações entre os elementos artista/obra/crítica/público, cujo norte principal é a tentativa de elucidar o lugar da arte e das imagens na trama social constituída como uma totalidade material e simbólica.“Pode-se dizer que a História da Arte, para ser produzida, necessita dos subsídios teórico-conceituais da Teoria da Arte tanto quanto a Teoria da Arte é demandada pela História da Arte para criar e desenvolver categorias epistêmicas que fundamentam o pensar arte. Assim, não podemos encontrar entre os teóricos da arte, no passado e no presente, investigadores que não fossem historiadores da arte ou críticos de arte e, até mesmo, artistas que teorizavam sobre arte, numa incursão ora na História da Arte ora na Crítica de Arte.” (PPPC-TCHA). Dessa forma, o curso focará, em detalhes, nas especificidades das linguagens artísticas, comparando visões historiográficas artísticas e teóricas diversas, em um mosaico cultural crítico e problemático.

 


 

Perfil do Egresso


Devido a formação interdisciplinar, que visa a união de vários pontos de vista, a vivência em diversas áreas e a organicidade entre produção e reflexão sobre arte conjuntamente à integração entre academia e mundo criativo, o profissional egresso deve criar possibilidades de interrogar os principais topos de discursos consagrados à arte, à cultura e à estética, ou seja, promover possibilidade de atuação não meramente reprodutora de valores, mas também criadora e emancipadora. Por certo, também deve ter em conta a trama político-cultural de inserção da arte nas relações societárias e a inserção institucional, política, geográfica e social como elemento novo capaz de se tornar centro irradiador de contribuições em novas na área das Artes Visuais.

 

Dito isso, destacando o potencial criativo e inovador desenvolvidos e estimulados durante a graduação, o profissional egresso do curso de Teoria, Crítica e História da Arte pode atuar em, dentre outras áreas e profissões relacionadas: atividades curatoriais; pesquisador de museus e acervos de patrimônio histórico e artístico; gerenciamento cultural de eventos; consultorias em diversos campos relacionados às Artes Visuais (como cinema); consultorias nas áreas de Teoria, Crítica e História da Arte em Instituições Culturais e Museais públicas ou privadas; órgãos públicos como Ministério da Cultura; Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN; Secretarias de Cultura, além de setores de outras instituições responsáveis pelo fomento da produção, inventário e difusão da arte e da cultura. Estes profissionais são requeridos pela mídia impressa, audiovisual e Internet.


Texto: Maria do Carmo Couto da Silva

Pode-se utilizar o texto, desde que citadas as fontes

do autor e o "link originário" deste artigo em questão